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sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Abaixo de Zero.


Eu vinha no inverno, sempre no inverno, do fim do mundo e batia na sua janela lá pelas três da manhã, você me olhava com estranheza, dizia que não entendia porque eu aparecia depois de tanto tempo, e sempre de madrugada, sempre no frio e sempre na escuridão. Eu nunca soube ser de ninguém, e nunca soube te explicar que gosto de seguir caminhos solitários, onde não se vê literalmente nada.
Não sou como você, que irradia luz pelo céu inteiro, que gosta de sentar-se ao pé da lareira, depois do jantar, e fazer carinho na pessoa amada até o amanhecer. Não sou assim, e talvez nossas diferenças que me faz pensar em você enquanto todos dormem, nos intermináveis silêncios barulhentos dentro da minha cabeça.
E fico sem ação, com seu olhar cheio de perguntas, ali parada na janela, sem entender porque eu sempre vou embora, e sem entender menos ainda porque sempre volto. Mas farei como nas outras vezes, não vou me explicar, apenas vou me aproximar, e como meu propósito em todo inverno, vou fechar meus olhos e me aquecer junto á você.