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segunda-feira, 27 de outubro de 2008

TEMPO


Eu sou aquela que vive a pensar o que é descobrir pensamentos, a vida pode ser um buraco sem fundo nenhum, você cai e cai, e nunca chega na queda tão desejada, afinal alguns não sabem que talvez cair seja melhor do que se manter exatamente onde está. As perguntas são sempre as mesmas, mas meus desvios são diferentes, onde está meu relógio sem ponteiros quando meu único desejo é que o tempo pare de correr, eu arraquei tudo dos meus objetos pessoais, tudo que impedisse a calmaria dos meus sentimentos.
Sou aquela sim, que vê o dia passar, levando coisas que eu queria fazer, velejando em algum ponto sem nome e sem endereço algum, enquanto escuto os mesmos discursos, os mesmos sermões, enquanto assisto as mesmas cenas, e nelas sou eu, a protagonista, que sempre se derrama em si mesma e depois sofre.
Aquela que precisa quebrar o espelho pra perceber que não deveria ter tanta pressa, que esquece dos momentos ensolarados para poder render mais, faz aquilo, faz isso, orgulho nenhum se inspira quando se faz tudo por obrigação.
...por mim deixaria se esvair todos os números que fazem a vida parecer um gol contra, pois são eles que marcam quantos anos se passaram, quantos meses ainda faltam pra se livrar de alguma decepção, são eles que ficam no meu relógio esperando os ponteiros voltarem pra recomeçar a minha agonia.

Sem números enfim, eu viveria.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Abaixo de Zero.


Eu vinha no inverno, sempre no inverno, do fim do mundo e batia na sua janela lá pelas três da manhã, você me olhava com estranheza, dizia que não entendia porque eu aparecia depois de tanto tempo, e sempre de madrugada, sempre no frio e sempre na escuridão. Eu nunca soube ser de ninguém, e nunca soube te explicar que gosto de seguir caminhos solitários, onde não se vê literalmente nada.
Não sou como você, que irradia luz pelo céu inteiro, que gosta de sentar-se ao pé da lareira, depois do jantar, e fazer carinho na pessoa amada até o amanhecer. Não sou assim, e talvez nossas diferenças que me faz pensar em você enquanto todos dormem, nos intermináveis silêncios barulhentos dentro da minha cabeça.
E fico sem ação, com seu olhar cheio de perguntas, ali parada na janela, sem entender porque eu sempre vou embora, e sem entender menos ainda porque sempre volto. Mas farei como nas outras vezes, não vou me explicar, apenas vou me aproximar, e como meu propósito em todo inverno, vou fechar meus olhos e me aquecer junto á você.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

"BIS"


Eu nunca quis te falar pra ir embora. Eu juro, apenas estava deixando as palavras falarem por si próprias e não por mim, entende? Nem queira entender. Enquanto você tentava me fazer mudar de idéia eu continuava fingindo que estava ouvindo, e claro, que não estava me sufocando saber que isso duraria uma eternidade, eu continuava calada e comendo um "bis" atrás do outro. Eu costumo reagir assim quando estou tendo alguma conversa na qual eu não quero expressar nenhuma forma de diálogo, eu apenas pego o doce mais próximo e vou comendo até acabar, a conversa acaba, consequentemente o doce também . E precisa ser doce, porque até os alimentos com as maiores taxas de açucar que existe, acabam se tornando amargos no final.
Pois bem, depois de quase três caixas de "bis", você finalmente desiste (de nós), e vai embora, me deixando ali com a última caixa, bem que eu daria tudo, pra essa cena se repetir, porque já sinto falta desta discussão. Não entenda mal, não é que tive medo de te perder, porque de qualquer maneira eu perdi...mas tive mais medo de você ficar e nosso inferno em forma de relação continuar e acabar com o que sinto por você. Pode ter certeza que não foi fácil, os outros eu consegui terminar apenas com alguns "bis", você eu precisei de três caixas.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Signo.


Ela é má e sempre gosta de ter razão. Ela costuma rir dos seus problemas e não ter um pingo de piedade. Ela procura sempre te irritar, te liga nos momentos que você não pode falar, te provoca em lugares públicos e adora te ver nervoso. Ela te persegue em todos os lugares, e ainda faz de conta que não te conhece. ela é possessiva e faz escândalos por qualquer motivo. Ela não sabe ter limites, ela gosta de entrar na sua mente e fazer você pensar nela 24 horas por dia. Você vai enlouquecer com o toque do telefone, com a campainha, você vai fechar as cortinas, porque pânico é o que ela provoca em você.

Ela cansou de brincar de bonecas, agora o passatempo preferido dela é brincar com você.
Se ela não tem coração?
Não é nada disso...é que ela é de escorpião.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Se a cereja falasse....


Se a cereja falasse, ela diria que toda a sua sensualidade está á flor da pele, e não no subliminar de sua existência.
Se ela falasse, ela colocaria pra fora as mais diversas contradições, iria além de sua própria imagem delicada, seria mais forte com palavras do que imaginam que ela seja.
Se ela falasse, não seria civilizada e nem educada, mostraria que na arrogância há também uma certa classe.
Se ela falasse, misturaria todas as cores inexistentes dela, iria além do vermelho e do verde, seria amarelo, azul, púrpura, rosa, seria um infinito de cores.
Se ela falasse, teria algo de mistério em suas frases, seria individual mas com jogos que desvendassem suas inibições.
Se ela falasse, teria seus truques de sobrevivência sexual, somaria tudo por amor, mas dividiria tudo no sofrimento, não teria compaixão da própria dor.
Se ela falasse, se deixaria avançar, sem ter medo de que com sua ousadia pudesse assustar alguns sentimentos á seu favor. Mas resistiria a qualquer custo para que nada escapasse dela, ela deseja ela consegue.
Se ela falasse, seria controlada apenas no jeito, pois dentro dela há mais turbulência do que no mundo de fora, ela seria doce, mas guardaria seus amargos para si própria em momentos escuros de uma gaveta sem chave.
Se a cereja falasse, ela te provaria ser única, ser a sorte sufocada, ela teria todos os argumentos imagináveis que convenceriam qualquer um...
Mas, ela não fala...

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Entrelaçamento.


Atravessava a rua todos os dias olhando de um lado para o outro com minhas melhores expectativas. Álias são elas que te fazem cair de um prédio de mil andares se você não consegue exatamente o que quer. Desejava ardualmente com todos os meus pensamentos direcionados á um mesmo caminho: aquele que me faria escorregar, mas de uma maneira boa. E em cada esquina eu poderia encontrar, ás vezes o sol era tão forte que eu abria e fechava os olhos, quase lacrimejando mas não deixava de olhar para todos os cantos, eu queria exatamente aquele alguém que é quase impossível de encontrar.
Falar de amor já virou banalidade, blablabla eu te amo, blablabla sou louco por você, mas não é bem assim que eu, procurava exatamente. Faltava aquela pessoa que te faz ter raiva de todos os sentimentos representados por apenas um ícone dentro de você. Um singelo símbolo gráfico que fica desenhado no seu cérebro, mas que está ali, parecendo inofensivo mas te desconcentra de tudo, eu disse tudo, ao seu redor. Sabe aquela sensação de pés descalços pela casa? Ou na grama, ou no quintal sujo? É errado, irá sujar seus pés, mas quem se importa? E aquela sensação de que você pode trocar de roupas ínumeras vezes, que na verdade o que te faz bem é estar nua. Nua de roupas, nua de dúvidas, de cansaço, nua de si mesma, mas para outra pessoa? E procurar mesmo essa outra pessoa, que ela venha com seus absurdos capazes de me convencer que nem tudo que é certo...está certo. Que eu possa estar morrendo de sede, mas que o seu beijo equivale á dois copos cheios de água, porque nem toda sede deve ser matada, pode ser na verdade curada e renovada, pra mim ter mais sede, e mais beijos como esses. É a pessoa que não ocupa o seu tempo, que na verdade faz seu dia parecer ter mais que vinte e quatro horas, bem mais. Que me deixe descabelada de vontade de gritar, mas que me cale, pra quê brigar? Pra sentir mais cócegas lá no fundo da individualidade, aquela que toda mulher acha o máximo, não precisar do outro pra te deixar completa. Esse alguém me fará perder até o equilibrio entre calmaria e tormenta. Tudo é 8 ou oitenta, rimou não? Mas o que não rimaria com algo tão intenso?
E assim em cada esquina, em cada casa, em cada manhã, tarde ou noite, seria incansável a procura, a minha procura. "Seria" porque você é um nó bem apertado na linha imaginária da minha vida, eu te encontrei, te assumi e agora você fica exatamente desse jeitinho nela, um nó apertado, que ás vezes atrapalha meu caminho, ás vezes me faz tropeçar pelas curvas erradas da nossa história, que machuca meu dedinho do pé daquele jeito pior do que quando bato com ele na quina da porta, que me enjoa com suas besteiras matinais e sonhos preguiçosos, um nó que só me tira do sério, mas que mesmo assim nunca mais penso em desatar.